Paroles, words, palavras.

Palavras faladas, pensadas,
lidas, escritas em todos os
idiomas.
Ditas da boca para fora,
com sentir,
carregadas de ódio, ácidas,
melodramáticas,
com mágoa,
com ironia,
inconseqüentes,
com segundas intenções,
melosas,
empregadas erroneamente,
cantadas em verso e prosa.
De boas notícias, de bom agouro,
para bom entendedor,
nas entrelinhas,
aos montes nos dicionários,
inventadas,
em bulas,
em rezas,
em pragas pregadas,
carregadas de sal das lágrimas.
Onde e como nascem? Por que às vezes saem sem se sentir,
seria bom pensar duas vezes,
ou até se morder a língua antes de falar.
Só sei que depois que saem, nada pode ser feito,
apenas assinar em baixo.

Quando falar causa medo.

Falei em depressão e as pessoas em volta de mim, se assustaram. Todos tem medo dela. Falam que estou enganada: que estou triste, me sentindo só; mas depressão, não. E por que não? Mais do que uma palavra é um sentimento, e no momento é assim. Pior do que o medo de vivenciá-la é o medo de pronunciá-la. Falando ela fica mais b r a n d a...menos pesada.

Palavras escolhidas

Meu primeiro blog surgiu inocente. Meio diário de adolescente; às vezes escrevendo bobagens, às vezes,
meio com vergonha, aventurando-me a uma palavra mais ousada, me deixando corada, com vergonha,
mas gostando.
Então as palavras foram surgindo, mais consistentes, mantendo uma tensão e até mal-intencionadas.Também
mais escolhidas, menos censuradas. Então percebi que era hora de "partir para outro".
Perdi a virgindade.