Palavras Escolhidas.

quinta-feira, abril 27, 2006

Sentindo as palavras.

Ele foi pego de surpresa pelas minhas palavras.
Estava acostumado a ouvir palavras suaves, amadas.
Sabia que quando eu as enviava, iam envoltas
em névoas de perfume de jasmim, carregavam doces
pensamentos e desejos profundos.
Um dia, recebeu um embrulho cinza. Quando abriu,
ouviu o sussurro de um lamento e na aspereza das
palavras, o dilacerar de um coração.
Agora, procura tonto, indeciso, resgatar o sorriso,
a alegria das palavras.

domingo, abril 23, 2006

Ainda nao foi o último ato.


Ontem eu e ele nos “falamos” pelo msn.
Estou sem condições de falar: voz embargada, língua lenta (não deu
para ficar sem usar calmantes) e uma tromba d´água nos olhos.
Falamos e falamos e não dissemos nada.
Ele pedia perdão e eu no estado de choque que ando, perdoava (perdoava,
pois não ouvia nada, não entendia nada).
Pensei que havia falado tudo, mas ainda tem mais embargado na garganta.
Ele insiste que precisamos nos falar pessoalmente.
Acho que sim.
Não dá para encerrar sem o último ato.

sábado, abril 22, 2006

Coração partido.


Meu coração está partido.
Agora só tive forças para catar os cacos.
Depois vou recomeçar. Juntar um por um, pedaço por pedaço.
Pena que nunca fica igual. Sempre se vão algumas lasquinhas,
que parecem tão insignificantes,
mas que fazem falta no todo.

quarta-feira, abril 12, 2006

O que será desta estrela?


Estrela brasileira no céu azul/Iluminando de Norte a Sul/ "Varig, Varig, Varig".
Ando triste com que está acontecendo. Trabalhei nesta empresa por vinte anos. Antes trabalhei numa outra estrela que se apagou: CRUZEIRO DO SUL, mas como fomos absorvidos pela Varig, passamos a ajudar esta estrela brilhar.
Não sei o que irá acontecer.
A Varig por anos foi a imagem do Brasil. A referência de todos que viajavam ou moravam fora, eram as lojas da Varig espalhadas pelo mundo. Nelas se encontravam os jornais do Brasil, o papo acolhedor, notícias de casa (do país) e mais o cafezinho amigo.
Quantos sonhos transportados!
Hoje aguardamos angustiados, por uma estrela que luta para manter o seu destino: que é brilhar.

terça-feira, abril 11, 2006

E se...ainda não.


Às vezes a indecisão bate mais forte. Eu sou indecisa e sei que algumas vezes já fui favorecida por este “ou isto ou aquilo”, mas também sei que sofro por não ter coragem de tomar certas atitudes.
Fico imaginando como seria o e-mail que enviaria. Teria todo um passo a passo para isso, claro. Primeiro seria o ímpeto. Escreveria sem pensar, aí surgiram os problemas: escrevo assim, ou troco? Essa ou aquela palavra? Leio e releio. Envio ou não? Ah, será melhorar deletar?
Seria algo mais ou menos assim:
Oi meu ................(maneira íntima que tenho de tratar o outro).
Mais uma vez, a ausência.
Só que desta vez decidi não aceitar teu silêncio, teu sumiço. Por onde você anda?
Por que não dá notícias?
Não consigo te entender, mas também você se fecha!!!! Fala.... fala o que te faz ficar neste silêncio.
Sinceramente? Cansei. Ou você me deixa te entender ou acho que não teremos
mais nada a dizer.
Se vou sofrer?Muito. Mas não menos do que imaginar o que te faz calar como agora.
Beijos,”

Terminaria assim.
Seria bom se eu enviasse, acho que daria um fim neste estado de coisa. Mas sabe: não vou enviar não, não sei viver ainda sem a possibilidade de tê-lo após essa ausência.

quinta-feira, abril 06, 2006

Releitura de mim.


“Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minha fonte, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores

Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho
Estou podando meu jardim
Estou cuidando de mim".

Vander Lee.


Não sei em que ordem estou começando a releitura da minha vida, mas o certo é que resolvi (talvez tenha até demorado um pouco) a cuidar de mim. E o ato de reler é sempre mais atento, mais cuidadoso, vai-se ao encontro dos detalhes. Nem sempre é um processo simples, fácil e às vezes é doído. Rever valores, reler a vida.
O marco para tudo ocorreu há um mês atrás no dia do meu aniversário. As horas que passei sozinha esperando todos que não apareceram, que resolveram esquecer meu convite e encontraram depois simples desculpas para justificarem a ausência, na verdade me presentearam com a certeza que era chegada a hora.
Estou podando meu jardim. Vou regando minhas flores, que são aqueles que realmente importam. Quem eu quero ao meu lado, quem me dá forças para lutar, para quem quero me doar, dar e receber amor.
Quero estar bem comigo. Quero minha casa plena de paz, luz, alegria.
Quero viver em harmonia com meus valores.
Quero me purificar.