Palavras Escolhidas.

terça-feira, agosto 29, 2006

Cuidem das entrelinhas!


O ato de escrever, involuntário e impulsivo, às vezes, até compulsivo,
faz com que transformemos o papel (em folha ou virtual) em divã de analista.
E aí, as palavras brotam, borbulham, como em catarse, dando ao leitor ingênuo
a magnitude da expressão. Mas se o que foi escrito, seguir direto ao destinatário,
este entenderá nas linhas e nas entrelinhas, a mensagem cifrada, e se algum engano
for cometido, talvez seja tarde demais, as palavras já cumpriram sua missão.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Braços e abraço.


Quero o abraço da chegada, que vem cheio de saudades
e mais a alegria de voltar.
Quero o abraço, os braços a me envolver.
Quero o abraço deitado, aquele que nos aconchega e nos traz para perto.
Quero o abraço silencioso, aquele que deixa sentir pulsar o teu coração
no meu, e me confunde se sou eu ou você quem respira.
Quero os teus braços no meu abraço
e vice-versa.

terça-feira, agosto 15, 2006

Doses homeopáticas.


Na busca do equilíbrio e da restauração do meu eu, procurei ajuda na
homeopatia e na análise. Nada mais contraditório a meu ver, ou não, quem
sabe.
Na homeopatia,a busca é num ritmo lento e contínuo e na análise, me veio
a idéia da construção/desconstrução, de quebra de paradigmas. Mas estou
encarando bem isso. Na homeopatia até estou conseguindo me adequar as
doses que se repetem, se repetem, se repetem....
Na análise estou conseguindo buscar, descobrir, remexer, sem me ferir.

sexta-feira, agosto 11, 2006

Expressão corporal.


"Meu corpo envia mais mensagens confusas."
Suzanne Braun Levine - Invente o resto de sua vida.

Encontrei esta frase em um livro que estou lendo. Ela resumiu tudo
o que tento às vezes sem êxito expressar. Ocorreu aqui a identificação exata,
a simbiose perfeita.
Meu corpo vem mudando e muito nos últimos anos. Não me refiro só há alguns
quilos a mais. Ele vem tentando como eu, se adequar aos anos que vão se
somando. Tem dias, que não suporto o espelho. Em outros adoro me olhar, admirar.
Busco movimento, e aí a ginástica não me é um fardo.
Tem dias que acordo bem, disposta. Outros, permaneço sonada, lenta,pesada.
Às vezes, bate uma apatia, fico assexuada. Outras, em cio, desejo,quero e busco.
E assim, vou me redescobrindo numa releitura diária.

Lua grávida!


Ontem eu vi.
A lua, linda! Grávida! Grávida de luz!


"E vou parir
Sobre a cidade
Quando a noite contrair..."

(Marina Lima)

sexta-feira, agosto 04, 2006

Exercício de amar.



Pensei em desamar. Apagar da memória, a lembrança, a pessoa, o seu corpo,
seu cheiro, seu suor.
Pensei em amaldiçoar, por suas mentiras.
Lembrei e senti falta do carinho, do aconchego.
Revolvi re-amar, por total incapacidade de me imaginar sem esse amor.
Agora o coração está voltando ao compasso original, ainda sujeito a taquicardias
e arritmias.

Eu já esqueci você
Tento crer
Nesses lábios que meus lábios sugam de prazer
Sugo sempre
Busco sempre
A sonhar em vão
Cor vermelha carne da sua boca, coração
Eu já esqueci você, tento crer
Seu nome, sua cara, seu jeito, seu odor
Sua casa, sua cama
Sua carne, seu suor
Eu pertenço a raça da pedra dura
Quando enfim juro que esqueci
Quem se lembra de você em mim
Em mim
Não sou eu sofro e sei
Não sou eu finjo que não sei, não sou eu
Sonho bocas que murmuram
Tranço em pernas que procuram enfim
Não sou eu sofro e sei
Quem se lembra de você em mim
Eu sei, eu sei
Bate é na memória da minha pele
Bate é no sangue que bombeia
Na minha veia
Bate é no champanhe que borbulhava
Na sua taça e que borbulha agora na taça da minha cabeça
Eu já esqueci você, tento crer
Nesses lábios que meus lábios sugam de prazer
Sugo sempre
Busco sempre a sonhar em vão
Cor vermelha, carne da sua boca, coração.”
(Memória da pele – João Bosco).